segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Síndrome de Quenga

Ao longo dos meus 30 anos de vida, sobretudo nestes últimos, tenho conhecido cada vez mais pessoas com Síndrome de Quenga. Ora, para quem não sabe (que eu também só inventei isto ontem à tarde) Síndrome de Quenga (SQ) é uma perturbação neurocomportamental adquirida, que se manifesta sobretudo entre indivíduos do sexo feminino, caracterizada essencialmente pela exibição de comportamentos semelhantes aos de uma mulher que faz sexo por dinheiro, vulgarmente designada por prostituta.
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Entre as características mais comuns, podemos destacar:
Peculiaridade do discurso e da linguagem: Regra geral, as portadoras de SQ possuem uma baixa autoestima (estilo temperaturas na Rússia no pico do inverno), por isso sentem uma enorme necessidade de se autoelogiarem, chegando mesmo a utilizar expressões como "Sou mesmo boa!", "Sou um espetáculo!" ou "Sou uma gata!";
Tendência mórbida para se “atirar” a namorados/companheiros/maridos das outras: as portadoras desta síndrome têm necessidade de se evidenciar perante indivíduos do sexo masculino, o que as leva a comportarem-se de forma extremamente carinhosa e dúbia com os homens, independentemente da sua idade ou estado civil, até na presença da namorada/companheira/esposa. Apostam frequentemente na troca de emails ou mensagens, de forma a fazerem-se presentes, mesmo quando estão longe;
Propensão para se vitimizar: a mulher portador de SQ tende a vitimizar-se, sobretudo entre indivíduos do sexo masculino, apostando na imagem de “coitadinha”, para que possa sair ilesa de qualquer problema relacional que possa vir a causar;
Défice de interação social com indivíduos do mesmo sexo: a paciente tende a ter bastante dificuldade em relacionar-se com outras mulheres, quer porque se isola, uma vez que se sente ameaçada, quer porque facilmente faz inimizades entre o sexo feminino.
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Calcula-se que em Portugal existam umas boas centenas de portadores de Síndrome de Quenga, afetando sobretudo mulheres entre os 20 e os 35 anos. São observáveis algumas destas características em elementos do sexo feminino com menos de 20 anos, mas essas têm o benefício da idade. Pode afetar mulheres de diferentes idades e quadrantes da sociedade, desde estudantes de turismo, a bibliotecárias, decoradoras de interiores, costureiras ou reformadas do magistério primário.
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Linguagem científica à parte, que eu também não sou muito dada a estas coisas, as portadoras de SQ são todas aquelas mulheres com quem se cruzam diariamente que se comportam como putas, apenas não são pagas para ter sexo (Aliás, pensei em Síndrome de Puta para designar esta patologia, mas não queria ferir suscetibilidades, e quenga até soa a fofinho, muito melhor do eu rameira, pega ou meretriz).
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Conhecem alguém que sofra desta síndrome? Conhecem pois, que eu também conheço.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Memórias...

Ao partilhar no Facebook uma ligação sobre o aniversário da morte de Sophia de Mello Breyner, como quase sempre que ouço o nome dela, recuei 12 anos atrás e voltei aos tempos do liceu...

 É curioso como vamos mudando ao longo dos anos... No secundário detestei a poesia dela. Invariavelmente, lembrei-me de entrar em pânico no exame nacional de Português porque, azar dos azares, saiu um poema dela para analisar. "
As fontes". Impossível esquecer!
 
A nossa professora tinha-nos facultado dois ou três poemas de cada um dos autores estudados para nos prepararmos para o exame. Todos na sala pareceram satisfeitos. Eu entrei em pânico. A verdade é que a irreverência dos 17 anos tinha-me impedido de estudar Sophia para o exame nacional. Se não gostava, por que raio haveria de estudar?

Enquanto os outros viravam já a página, eu continuava ocupada com a leitura do poema. Uma e outra vez. A nota do exame podia deitar por terra a minha entrada para a universidade. Português era específica, a par do Latim. Na altura, os exames de Português A eram constituídos apenas por três questões e a análise textual valia 100 pontos, se não me falha a memória. Apesar do peso da culpa por não ter olhado sequer para os poemas analisados de Sophia, lá me enchi de coragem e fiz o melhor que sabia.

À saída, fiquei a saber pelos comentários dos colegas que o tema do poema era a busca da realização através do amor ou algo do género. Eu jurava que tinha acabado de analisar um poema sobre a vida depois da morte.

Passei alguns dias angustiada, à espera do resultado. Quando chegou o grande dia, a J. ligou-me para me dar a boa nova. Vá-se lá saber como, tive 17,1 ou 17,2 no exame nacional (já lá vão uns anitos, a minha memória é boa, mas não é assim tanto).

Não sei se pelo susto que apanhei, se por ter lecionado Sophia logo no ano de estágio, mas, agora, longe da irreverência dos 17 anos, é uma das minhas poetisas de eleição.

Na verdade a vida muda-nos. Aprendemos a ver o que nos rodeia com outros olhos e vamos evoluindo. Normalmente para melhor. Estamos mais atentos aos pormenores e menos preocupados com os nossos caprichos. Mas ainda hoje, 12 anos depois, deixando de lado todos os clichés, pedagogias e didatismos sobre a autora, continuo a achar que “As fontes” falam sobre a vida depois da morte.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Em ponto de ebulição IV



Há dias (provavelmente no ano passado) recebi em casa um postal de boas festas da Porto Editora que me deixou emocionada.

"Obrigado pela sua paixão, pela sua dedicação e pela sua coragem. Obrigado por nos mostrar o mundo. Por nos abrir os olhos. Por nos fazer pensar, imaginar e sonhar. Obrigado por cada aula. Pelas letras e pelos números. Pelos pensadores, construtores e pelos inventores. Obrigado por nos mostrar o caminho e por caminhar ao nosso lado. Obrigado por ensinar as nossas crianças. Por abrir horizontes a Portugal."

Por estranho que pareça, é muitas vezes sem contar que nos apercebemos do orgulho que sentimos na profissão que escolhemos para nós. É nestas alturas, em pequenos momentos como este, que sentimos que todo o esforço valeu a pena e que nada foi em vão.

Reli o postal e todas as linhas me pareceram perfeitas. Quer enquanto ex-aluna, quer enquanto professora.

Enquanto aluna, também eu tenho de agradecer a alguns professores que marcaram a minha vida, de forma bastante positiva. Porque eram pessoas especiais. Porque eram professores especiais. Alguns, as duas coisas.

Enquanto professora, apesar de ainda não ter chegado aos 30, noto uma diferença abismal entre os alunos "do meu tempo" e os alunos de agora. Há dias em que, apesar de toda a paixão e cuidado com que preparo cada aula, de regresso a casa sinto-me desiludida e derrotada. Vulgarmente culpam-se os colegas mais velhos, os colegas anteriores, que não faziam não sei o quê e agiam de determinada forma e graças a eles os professores caíram no descrédito.

Eu sinto-me tentada a culpar os alunos. Alguns. Que têm o poder de nos desmotivar e até de nos fazer desistir deles.

De facto, para ensinar, é preciso "paixão", "dedicação" e "coragem". Muita coragem.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Do calvário da depilação


Tal como as idas ao dentista, as idas ao centro de estética são igualmente pesarosas para mim. Apesar da diferença significativa do nível de dor sentida, não gosto! É que não gosto mesmo nada! Por isso, para não desatar aos berros e fazer figura de ursa, procuro distrair-me com a conversa das senhoras que pacientemente (outras nem por isso) procuram livrar-nos da tão indesejável penugem.

As mais velhas metem sempre conversa. Falam do tempo, que nunca mais vem o calor, falam dos filhos, falam do que lêem nas revistas cor-de-rosa (às vezes falam de pessoas de quem eu nunca ouvi falar) e falam da mulher do Tó Freitas, que deixou o marido e fugiu com o fulano tal que mora ao pé da mercearia da Alice.

As mais novas são mais caladas. Estão ali para trabalhar e procuram fazer exactamente tudo igual ao que aprenderam na formação de não sei quantas horas que frequentaram antes de iniciar funções. E muito provavelmente não conhecem o Tó Freitas.

Algumas simplesmente não falam.

Nestas alturas, a única solução para não pensar no que aí vem, passa por ficar a par dos vários tipos de depilação e tratamentos corporais que publicitam, com nomes muito originais e bastante elucidativos. Ele é fotodepilação, massagem modeladora, dermodepilação, drenagem linfática, depilação com linha, banho de uva, banho de leite (e outras variações, para todos os gostos), electrólise, epilação, electroporação transdérmica e por aí fora! Há nomes bastantes sugestivos e dou por mim a imaginar como será experimentar chocoterapia, por exemplo. Será algo apetecível com chocolates à mistura ou com choques? E a terapia da rosa? Haverá uma funcionária chamada Rosa que criou um método original de terapia? Se alguma tivesse uma pós-graduação em ginecologia, podiam até publicitar um serviço 2 em 1 e ficava o assunto arrumado.

À falta de prospectos, dou por mim a pensar se a senhora que acabou de me arrancar metade da sobrancelha fará a depilação a ela própria ou se solicitará os serviços de uma colega. E porque não pedir-lhes um conselho e perguntar se recomendam alguém? Elas melhor que ninguém poderão pronunciar-se acerca do assunto.

Aliás, para mim há três categorias de funcionárias de centros de estéticas:

- as-que-arrancam-pêlos-como-se-não-houvesse-amanhã-e-estivessem-muito-aflitas-para-ir-à-casa-de-banho;

- as-que-se-estão-bem-a-borrifar-para-o-que-a-cliente-está-a-sentir-e-quer;

- as-que-são-cuidadosas-porque-já-foram-depiladas-por-uma-tresloucada-e-ficaram-traumatizadas.

Também perco bastante tempo a analisar as condições de higiene e salubridade das instalações. Às vezes fico indecisa entre aquela que tem a senhora simpática que quase não me magoa ou aquela que tem uma decoração fantástica e uma marquesa muito confortável.

Lamúrias à parte, quando saio de lá, parece que tenho menos um quilo e só volto a falar mal da senhora de bata cor-de-rosa imediatamente antes da visita seguinte.

domingo, 22 de maio de 2011

Em ponto de ebulição III

Se há coisa que me deixa com os nervos em franja e me irrita solenemente é ouvir o trivial discurso depois-de-uns-anos-de-casamento-tudo-muda. É que não tenho pachorra! Não percebo porque raio têm de generalizar e profetizar que, lá porque não são felizes, os outros também não hão-de ser.
Não sei se já deram conta mas as pessoas não são todas iguais. Se o seu maridinho não lhe dá atenção e se comporta como se continuasse Solteirinho da Silva, é pá, não roguem pragas às outras mulheres que ainda são felizes e acreditam (coitaditas) que o casamento pode durar para sempre. Vá lá!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Síndrome de Guinness

Tenho para mim que anda por aí muito boa gente que sofre de Síndrome de Guinness. Ora, para quem não sabe (que eu também só inventei isto hoje de manhã), Síndrome de Guinness (SG) é uma perturbação neurocomportamental de base genética ou adquirida que se manifesta sobretudo na idade adulta, caracterizada pela exacerbada obsessão de se julgar que se é melhor que os outros em tudo.
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Entre as características mais comuns, podemos destacar:
- Peculiariedade do discurso e da linguagem (o portador de SG usa frequentemente expressões como "Fui em que fiz!", "Sou um espectáculo!", "Ninguém consegue fazer melhor!" - se não o expressa, pelo menos é o que sente);
- Obsessão em querer fazer tudo (o adulto portador de SG julga-se capaz de realizar todas as tarefas que possam surgir, no entanto, ou não faz nenhuma, ou ficam todas mal feitas);
- Tendência mórbida para pôr a culpa do que acontece nos outros - podem ser objectos inanimados ou outros seres humanos (o portador desta síndrome nunca assume os seus erros e encontra sempre alguém ou algo para responsabilizar pelas suas falhas);
- Défice de interacção social (o paciente pode até ser querido-fofinho-e-tudo, mas ao fim de algum tempo torna-se completamente execrável.).
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Como consequência destas dificuldades, os portadores de SG acabam por se tornar incrivelmente insuportáveis para aqueles que os rodeiam. Calcula-se que em Portugal existam umas boas centenas de portadores de Síndrome de Guinness, afectando sobretudo as mulheres.
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Linguagem científica à parte, que eu também não sou muito dada a estas coisas, os portadores de SG são todas aquelas pessoas com quem se cruzam diariamente que têm a puta da mania.
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Conhecem alguém que sofra desta síndrome? Conhecem pois, que eu também conheço.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

"...na saúde (mental) e na doença..."

Já me tinham avisado que passados alguns anos "adoptávamos" alguns dos hábitos dos nossos respectivos...
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Sabem aqueles dias em que acordamos com uma música na cabeça e passamos o dia todo a cantarolá-la? Pois é, eu tenho muitos dias desses. E depois irrita, porque passamos o dia a trautear aquilo vezes e vezes sem conta, qual disco riscado! Irrita-nos a nós. Irrita aos outros. Mas o que irrita mesmo, mesmo é acordar a cantar "Tenham cuidado, ele é perigoso, ele é o Óscar Tacuara Cardoso!". Irrita. Acreditem! Mas tal como tudo na vida, esta minha demência tem uma explicação quase científica: o meu excelentíssimo marido assiste aos jogos do Benfica sentadito no sofá da nossa sala, como se estivesse no estádio. E cada vez que o rapazito faz um passe que sim senhor, gramo com a bela da música, em alto e bom som, acompanhada de braços no ar e tudo!
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E depois no dia a seguir é ver-me a cantarolar no local de trabalho ou no carro, enquanto conduzo. Irrita, principalmente porque eu sou sportinguista... Mas eu não tenho nada contra os benfiquistas, aliás (como diz alguém muito sábio) ser benfiquista não é defeito... é uma deficiência grave!
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Enfim... O casamento tem destas coisas!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Mudasti... (ou então não)



Mas que merda é esta? É de mim ou esta é a maior estupidez de todos os tempos? E eu até me dei ao trabalho de ler os parcos e estapafúrdios argumentos que apresentam na petição online para que este fantástico conjunto de fonemas - a que alguns insistem em apelidar de palavra - passe a constar do nosso dicionário... Mas isto nem sequer é uma palavra! Por que raio haveria de aparecer no dicionário? É de mim ou isto é mesmo de gente que não tem nada que fazer?


PS: E não quero nem saber que algum de vocês já assinou a famosa petição. Não contem, a sério...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Alma Lusitana

Digam lá, haverá coisa mais tuga do que esta nossa tendência natural para o tão sempre bem empregue "podia ser pior"? I-N-C-R-Í-V-E-L!!!!!

- Portugal perdeu nas meias finais...
- Mas ainda chegámos às meias finais! Podia ter sido pior!

E também:
- Bati num carro ao sair de uma parque de estacionamento e agora tenho de pagar um arranjo de 500 €...
- Olha, podia ser pior! Podias ter espatifado o carro todo!

Ou então:
- Tive um acidente e desfiz o carro todo!
- Podia ser pior! Se foi só chapa, já é uma sorte!

E até:
- Coitado, teve um acidente e ficou tetraplégico.
- Mas podia ser muito pior, podia ter morrido.

E até para ocasiões destas nós temos resposta:
- Teve um acidente e morreu...
- Foi melhor assim. Podia ser pior. Podia ter ficado tetraplégico, coitadinho. E depois, como é que era a vida dele?

Só nós...

segunda-feira, 8 de março de 2010

(supostamente) a noite mais esperada do ano



Eu sei que para muitos a noite dos Óscares é a noite mais esperada do ano. Eu gosto de saber quem ganhou, principalmente aqueles galardões mais importantes, como o melhor filme, melhor actor, actriz e por aí fora. Mas a verdade é que o meu sono consegue ser quase sempre mais forte do que a minha vontade de saber quem levou a bela da estatueta para casa. E mais uma vez, adormeci. Pois foi, vi apenas a entrega do Óscar para melhor actor secundário (que por sinal me deixou muito, muito contentita) e adormeci. Hoje de manhã, curiosíssima para saber o nome dos restantes premiados, qual não foi o meu espanto, quando procurei na net a lista dos vencedores e deparei-me com inúmeros posts sobre os vestidos fantásticos (ou então não) da Cameron Diaz, Sandra Bullock, Sigourney Weaver e outras tantas. E para quem foi o Óscar para melhor actor que é bom, nada!

É pá... sim senhora, eu também gosto de ver os modelitos (não fosse eu gaja), mas dou comigo a pensar: Afinal os grandes vencedores são os Chris March, Christian Dior, Versace e Oscar de la Renta...

É de mim ou um dia destes a entrega dos Óscares fica-se pela Red Carpet?

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Os sete pecados - 1



Cresci a ouvir a avó dizer que a inveja é o pior dos pecados. Religiosismos à parte, a inveja é um sentimento muito feio, sem dúvida nenhuma, mas nem sempre.

Já todos nós sentimos inveja, não aquela inveja doentia que não nos deixa dormir à noite ou leva os protagonistas de telenovela a matar o/a rival. Falo de uma inveja mais soft, penso que intrínseca ao ser humano, insatisfeito por natureza, e essa, essa já todos sentimos.

Quem tem caracóis rebeldes, olha de lado para as amigas que têm o cabelo liso, sedoso e alinhado; quem têm cabelo liso, olha de soslaio para mulheres com caracóis, tão bonitos e definidos. As loiras invejam as morenas e estas, por sua vez, invejam as loiras. As casadas têm inveja das amigas solteiras que saem com quem e quando lhes dá na real gana, têm inveja da liberdade e da disponibilidade, das saídas até às tantas da manhã e das ressacas. As solteiras, por sua vez, sentem inveja das casadas, que chegam a casa e têm alguém à espera delas todos os dias, que nunca dormem sozinhas, que acordam com um sorriso de 3 anos às 7 da manhã de Domingo. Os homens comprometidos roem-se de inveja quando ouvem os solteiros gabarem-se das suas conquistas e aventuras sexuais, e estes pensam em como seria bom ter uma namorada a quem pudessem dormir abraçados quando saem sozinhos de um bar.

Achamos sempre que o que os outros têm é que é bom. Que os outros é que têm sorte, que os outros é que são amados, que os outros é que têm grandes oportunidades e que os outros, é pá, os outros é que são felizes. Só quando perdemos alguma coisa ou alguém é que vemos que afinal os outros tinham motivos para terem inveja de nós.

O ser humano é mesmo um bicho esquisito...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Efeito Mãe



Gostava de saber por que raio aos 26 anos continuo a precisar dos conselhos na minha mãe para saber que roupa vou usar num daqueles dias em que é suposto estarmos mais arranjadinhas... É que nunca corre muito bem...

Eu (convicta de que descobri o modelito perfeito): - Mãe, e que tal esta roupa pra levar ao casamento da Rosa?

Mãe: (após alguns segundos de silêncio, franze o sobrolho)

Eu (já a temer o pior): Fica bem, não fica?

Mãe: - Não. É feio. Não tem nada a ver. O casaco é bonito, mas não fica bem com esse vestido.


Poooois... E eu fico na merda, porque afinal vou ter de gastar rios de dinheiro em mais um casaco que nunca mais volto a vestir!
Mas sim, quando houver mais uma ocasião especial, volto a pedir opinião à mamã...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Parece que é bruxa!



Acabou de sair daqui uma perfeita desconhecida com quem troquei algumas palavras sobre vestidos de noiva e lua de mel. Isto depois de me perguntar se me ia casar, ao ver o meu anel (obrigada, amor!). Antes de fechar a porta, sorriu um: "Espero que você seja muito feliz, tenho a certeza que encontrou a pessoa ideal".


Pooooois! Fiquei contentinha, fiquei! Com um daqueles sorrisos idiotas estampados na cara. Não é nada que eu não saiba já, mas é bom quando até os desconhecidos sabem :)

The boogie man...


Mais uma ida ao dentista... Como eu odeio ir ao dentista! Desde que ponho o pé na sala de espera, começa o meu suplício... Eu bem tento deixar-me absorver pela primeira revista cor-de-rosa que apanho... "Luciana Abreu apaixonada" e o barulho ensurdecedor da broca... "afinal o petiz não é filho do Toy" e sinto na boca as partículas de esmalte que se soltam quando o dentista usa a maldita broca... "Isabel Figueiras encantou" e tocou na gengiva... Quando chega a minha vez, já nem sei muito bem se afinal é só um check up ou se já não durmo há uma semana com dor de dentes...


Se conhecerem algum consultório cujas paredes estejam munidas de fortíssimo isolamento sonoro, por favor, avisem.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Because I said so!

Porque vês para lá do que eu te mostro,
Porque eras meu mesmo antes de saberes disso,
Porque me consigo aninhar milimetricamente em ti,
Porque me fazes chá quando eu estou doente,
Porque me acalmas quando eu estou prestes a explodir,
Porque sorris e me deixas as pernas a tremer,
Porque vês para lá de todos,
Porque me fazes rir como uma miúda,
Porque te ris comigo como se não houvesse amanhã,
Porque me dás a mão e voas comigo,
Porque me aceitas como sou,
Porque tens vergonha de dizer coisas,
Porque dizes coisas que nunca sonhei ouvir,
Porque sabes sempre o que dizer,
Porque me fazes arroz branco e batatas fritas,
Porque achas piada a quase todas a minhas piadas,
Porque me compras chocolates,
Porque me dizes "amo-te" como se fosse a primeira vez,
Porque "Vem devagarinho, amor",
Porque sim!

Em ponto de ebulição - take two



Volta e meia já reclamo. Reclamo da chuva, do frio, reclamo da vizinha que aspira a casa às 07:30, do trânsito, reclamo quando não tenho chocolates em casa e quando tenho de acordar cedo. Mas reclamo sem chegar a ser chata (penso eu de que...). Reclamo porque disparatar e ridicularizar a situação é uma forma de levar as coisas na boa. Na verdade adoro a vida e considero-me uma pessoa feliz, muito feliz até (pelo menos na maior parte dos dias...).


Irrita-me solenemente ter de aturar pessoas insatisfeitas por natureza que reclamam por tudo e por nada, como se fossem miúdas de quatorze anos com a mania que estão gordas... Causa-me urticaria ter de as ouvir diariamente desfiar o rosário de lamurias e queixumes... Se está frio, é porque está frio, se faz sol, é porque a chuva é que é boa... Se temos trabalhos para fazer, é porque temos trabalhos para fazer, se vamos ver um filme, é pá... bom, bom era trabalhar... Haja paciência!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Apelo (este sim, importante!)



Hoje queria fazer um apelo sério e deveras importante aos senhores (ou senhoras com mamas pequenas) que fazem soutiens. Façam lá soutiens bonitinhos para senhoras que vestem copa D!!!! Vá lá!!! Vá lá!!!

Mas será que é assim tão difícil de perceber que lá porque temos as mamocas grandes também gostamos de roupa interior sexy? Já para não falar de certas e determinadas marcas que nem sequer se dão ao trabalho de fazer soutiens copa D!

Mulher copa B - Tenho de comprar um soutien azul turquesa para usar com esta blusa. Acho que vou comprar da mesma marca daquele cor-de-rosa fucsia que comprei no mês passado.

Mulher copa C - Na semana passada comprei um lilás giríssimo!

Pois é... Na gaveta de uma senhora que usa copa D, existem soutiens brancos, pretos, bejes e, com um bocado de sorte, salmão. Porque todos os outros, coloridos, bonitos com lacinhos e rendinhas, não nos servem...

E gosto particularmente da cara desconfiada das funcionárias que nos atendem, quando pedimos um 32 copa D...

- Copa D? Tem a certeza? Olhe que um C deve chegar...

(Mas que raio? As mamas são nossas! Como já temos mais de 16, elas não cresceram de um dia para o outro... Isto já é assim há uns anitos!)

E depois de subirem para um banco para chegarem à prateleira onde guardam os famigerados copa D, em caixas empoeiradas e desbotadas pelo sol, insistem para levarmos também um copa C... Depois vem um: - Afinal tinha razão... - Enquanto olham para nós como se nos tivesse sido diagnosticada uma doença grave...

Mulher copa D - Arranje-me um soutien que me sirva, por favor, que eu já fui a 3 lojas e não encontrei nenhum....

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Por amor à santa... (ao Santo Amaro, neste caso...)


Sim, é verdade! Há pessoas que fazem isto... Em Pombal então, penso ter-se tornado moda.


Eu sei que dá jeito não ter de segurar o guarda-chuva, dá jeito não ter de procurar o nosso entre milhares, até reconheço que seria óptimo para mim (que perco guada-chuvas como quem muda de camisa) poder sair sempre de cada sítio onde vou com o guarda-chuva atrás, literalmente. Mas já viram bem a figura que fazem?


E não posso ir embora sem acrescentar que este senhor estava a dançar...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Eureka!


Quando é que os homens percebem que o único homem bêbedo a quem nós realmente achamos piada é o Homer Simpson?

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

I'm secreaming in the rain...



Poucas coisas há que me deixam tão mal disposta como um dia de chuva. Hoje está um desses fantásticos e cinzentos dias de chuva! Quando saio de casa às 9 da manhã e enfio os pés numa poça de água, agradeço aos senhores (ou senhoras, uma ideia assim de génio...) que se lembraram de criar umas botas para andar com as calças entaladas. E depois rogo pragas a mim mesma, por não as ter calçado...

Depois dos pés encharcados e calças molhadas até ao joelho, gosto muito quando um carro se aproxima da valeta e nos deixa a pingar lama da cabeça aos pés. Então e o guarda-chuva? É pá... digamos que eu não me dou muito bem com esse objecto estranho e perigoso. Ou porque os compro e me esqueço deles no primeiro sítio onde entro, ou porque tenho uma tendência quase mórbida para bater com eles nos olhos das pessoas... Já para não falar de todo o equilibrismo que exige caminhar na calçada com um guarda-chuva gigante e com uma fila deles ainda maiores a dirigir-se para nós em contra-mão. Ficamos à espera que o outro seja um querido e levante o guarda-chuva ou o incline para nós passarmos, o que nem sempre acontece, e quem se molha somos nós!
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E quando finalmente entramos para o conforto de um qualquer sítio com tecto e nos sentimos minimamente protegidas, quando queremos sair de lá deparamos-nos com a hercúlea tarefa de encontrar o nosso guarda-chuva entre outros 30 quase iguais...
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Como se não bastasse, nem dentro do nosso próprio carro estamos a salvo, porque alguém teve a infeliz ideia de inventar carros que não travam bem quando chove, e, das duas uma, ou reagimos rapidamente, travamos a fundo e pomos toda a gente que vai na rua a olhar para nós, ou batemos no carro à nossa frente e ouvimos as intempéries do senhor baixo e careca que braceja como se não houvesse amanhã, à chuva.